“Saiu o relatório tão esperado do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas”, comentou o colunista Rodrigo Constantino na edição desta semana da revista Oeste. “Curiosamente, a divulgação produziu dois efeitos contraditórios: preocupação na velha imprensa esquerdista, e decepção na direita bolsonarista. Os veículos de comunicação que defenderam a candidatura de Lula tentaram desviar o foco do essencial, enquanto os bolsonaristas esperavam uma linguagem mais enfática dos militares. (…) Quem esperava uma bala de prata ou o batom na cueca não entendeu o básico ainda: o que o Ministério da Defesa diz é que a urna e o respectivo sistema não são seguros e, portanto, não se pode afirmar que o resultado produzido é confiável. Como apresentar a fraude se não há transparência para avaliar cada passo?”
“O relatório cobra mais investigações, e não para as próximas eleições, como alguns insinuaram”, continua Constantino. “Entre as recomendações consta ‘realizar uma investigação técnica para melhor conhecimento do ocorrido na compilação do código-fonte e de seus possíveis efeitos’ e ‘promover a análise minuciosa dos códigos binários’ que efetivamente foram executados nas urnas eletrônicas. Tudo isso por meio da ‘criação de uma comissão específica, integrada por técnicos renomados da sociedade e por técnicos representantes das entidades fiscalizadoras’.”