Agricultores bloquearam a fronteira entre os Países Baixos e a Bélgica nesta sexta-feira (2) e ocuparam estradas na Grécia, enquanto seus pares poloneses anunciaram planos para fechar as fronteiras com a Ucrânia, relata a Reuters.
Enquanto os franceses começaram a levantar os bloqueios, depois de o governo ter feito novas concessões, os agricultores belgas e holandeses bloquearam as passagens de fronteira nas estradas entre seus países.
“Temos produtos muito bons aqui na UE e queremos continuar a fabricá-los. Mas isso tem de ser feito de uma forma justa, de uma forma decente e não com tantas regras”, disse Johan Van Enckevort, de 25 anos, criador de porcos holandês ouvido pela mídia.
A frustração atingiu o auge em Bruxelas, onde agricultores atiraram ovos e pedras ao Parlamento Europeu e soltaram fogos de artifício enquanto exigiam que os líderes da UE, que estavam reunidos para uma cúpula, fizessem mais para ajudá-los.
“A Política Agrícola Comum tornou-se gradualmente uma Política Ecológica Comum, sem qualquer reconhecimento para nós, produtores de alimentos”, afirmou o sindicato de agricultores belgas em um comunicado.
Já o sindicato dos agricultores poloneses, Solidariedade, anunciou hoje (2) uma greve geral com o bloqueio das passagens de fronteira entre a Polônia e a Ucrânia. “Nossa paciência acabou“, afirmou o grupo referindo-se à importação de produtos ucranianos.
Na Grécia, os agricultores estabeleceram bloqueios no centro e no norte do país, apelando a uma isenção permanente dos impostos sobre o gasóleo e a uma compensação mais rápida pelas perdas relacionadas com as inundações, diz a mídia.
Em Portugal, onde os agricultores usaram tratores para bloquear pelo menos três estradas que ligam Portugal a Espanha na quinta-feira (1º), agricultores realizaram marchas lentas em vários locais do país.
Os agricultores espanhóis disseram no início desta semana que iriam às ruas em fevereiro em protesto contra as rigorosas regulamentações europeias e a falta de apoio governamental.
Os protestos e a agitação geral na Europa chegou até ao Brasil, com o posicionamento firme da França contra a ratificação do acordo entre Mercosul e a União Europeia em uma posição que muitos analisam como protecionista.