“Tanto os franceses que se autodenominam de esquerda como os que se autodenominam de direita estão profundamente insatisfeitos com a presidência do sr. [Emmanuel] Macron“, explica Leroy.
As três principais potências políticas na França — a coalizão de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon, o Reagrupamento Nacional (RN) de direita e o partido de centro-direita de Macron — encontram-se agora em um impasse, uma vez que cada uma delas tem uma influência comparável após o resultado das eleições, mas estão relutantes em formar uma aliança entre si, observa Leroy.
“Como isso se desenrolará nas próximas semanas e meses? Essa é a grande incógnita hoje”, refletiu o analista. “Neste momento, ninguém pode falar de um primeiro-ministro, uma vez que não surge nenhuma cabeça no campo da maioria ou da esquerda. E em qualquer caso, a situação será extremamente difícil de manter.”
“É possível que o senhor [Emmanuel] Macron aposte em um governo técnico e o menos politizado possível, para ter uma espécie de consenso geral durante pelo menos um ano e no final deste ano, para garantir que pode dissolver novamente a Assembleia Nacional e fazer o país voltar às urnas para novas eleições legislativas“, acrescenta. “Esperemos que desta vez a maioria consiga sair dessa.”
Leroy também argumenta que quaisquer protestos violentos que eclodiram após as eleições “são obra de pequenos grupos de agitadores políticos, muitas vezes em conivência com o governo em vigor e que pretendem criar uma atmosfera de desconforto, uma atmosfera de caos”.
“Hoje, é quase certo que nenhum dos partidos políticos com representação nacional no parlamento tenha realmente incitado os motins ou os maus comportamentos que se observaram desde a noite passada”, afirma.