A relação de amizade entre o presidente russo Vladimir Putin e o líder norte-coreano Kim Jong-un tem se tornado cada vez mais próxima. A recente viagem de Kim ao porto espacial Cosmódromo de Vostochny, no Extremo Oriente da Rússia, foi um convite tático da Rússia que certamente irritará os Estados Unidos.
A Rússia escolheu um calendário perfeito: a reunião teve lugar após o Fórum Econômico do Oriente em Vladivostok, ao qual Kim assistiu, e a cúpula do G20 em Nova Deli, à qual Putin faltou, de acordo com o jornal South China Morning Post.
Nesta viagem rara ao exterior, Kim fez uma declaração inequívoca de apoio norte-coreano à posição da Rússia contra o Ocidente, chamando-a de “luta sagrada” contra as “forças hegemônicas”. Kim também disse que as relações com a Rússia seriam sua “prioridade número um”. Putin respondeu que “um velho amigo é melhor do que dois novos”.
“O aprofundamento dos laços pressagia a formação de um novo grupo no nordeste da Ásia, envolvendo a Rússia, a China e a Coreia do Norte, o que forçará uma reformulação das ações dos EUA na região”, disse o analista geopolítico da China, Sanjeev Aaron Williams.
A Ásia pode se curvar às sanções dos Estados Unidos e ao fórum da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) ou formar um novo paradigma do estreito de Malaca ao estreito de Bering, de acordo com o analista.
Moscou telegrafou a formação de um novo grupo no nordeste da Ásia, composto por Rússia, China e Coreia do Norte, que fará parte de uma região multipolar e economicamente integrada. Seu poder militar ameaça as bases dos Estados Unidos na Coreia do Sul, Okinawa (Japão), Guam, Filipinas e Havaí, especialmente se houver uma guerra em Taiwan e os Estados Unidos ou a OTAN tentarem transformá-la em um conflito regional.