O governo brasileiro descartou nesta quarta-feira (16) a adoção do horário de verão ainda neste ano. A medida estava em discussão para enfrentar a crise energética provocada pela seca histórica no país.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a decisão após reunião com os técnicos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). “Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretar o horário de verão para este período, para este verão“, afirmou em declarações à imprensa.
Conforme Silveira, o país tem a “segurança energética garantida” graças às chuvas dos últimos dias, que favoreceram o restabelecimento de condições hídricas mais adequadas.
“É importante que essa política seja sempre considerada. [O horário de verão] não pode ser fruto de uma avaliação apenas dogmática ou de cunho político, pois tem reflexos tanto positivos quanto negativos, [tanto] no setor elétrico quanto na economia [em geral], devendo estar sempre na mesa”, acrescentou.
A maioria da energia consumida no Brasil provém de usinas hidrelétricas, e, com os rios com vazões mínimas, diversas centrais deixaram de funcionar ou operam parcialmente, o que obriga a ativação de usinas térmicas, mais caras e poluentes.
O horário de verão esteve em vigor no Brasil até 2019 e seria uma forma de aproveitar mais as fontes de energia solar e eólica. Além disso, ajuda a reduzir o pico de consumo em até 2,9%.
“O pico do custo-benefício do horário de verão é nos meses de outubro e novembro, até meados de dezembro. Se nossa posição fosse decretar o horário de verão agora, usufruiríamos muito pouco desse pico. Porque teríamos que fazer um planejamento mínimo para os setores poderem se adaptar. Conseguiríamos entrar com isso só em meados de novembro, e o custo-benefício seria muito pequeno”, justificou o ministro.
Porém o ministro não descartou que o horário de verão possa voltar em 2025, se as condições meteorológicas exigirem.