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Brasil pode aderir à Nova Rota da Seda com ida de Lula à China; tratativas ocorrem em sigilo

Segundo diplomatas ouvidos pelo Metrópoles, há grandes chances do presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar um memorando de entendimento para a entrada do Brasil na iniciativa chinesa da Nova Rota da Seda em sua viagem a Pequim.

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O portal afirma que a possível adesão do Brasil foi um dos principais pontos postos à mesa pelo governo chinês nas tratativas diplomáticas para chegar à versão final do comunicado oficial que sairá do encontro entre Lula e Xi Jinping, com uma síntese de todos os acordos acertados entre os dois governos.

Ainda segundo a mídia, o documento já estava pronto mesmo antes de Lula adiar sua visita por questões de saúde. E agora, com o “tempo a mais”, alguns ajustes podem ter sido feitos, porém, o que é essencial já está definido, relata a mídia.

O governo chinês aprovou a nova data enviada pelo Itamaraty para viagem do presidente, e Lula sairá do Brasil rumo a Pequim no dia 11 de abril. Seu encontro com Xi Jinping deve acontecer entre os dias 13 e 14.

A Nova Rota da Seda conta hoje com 140 países. Duas dezenas deles estão na América Latina. Um dos últimos países a aderir ao programa foi a Argentina, na visita que o presidente Alberto Fernández fez à China no ano passado. Ao assinar o acordo, Fernández anunciou a promessa dos chineses de destinar US$ 23 bilhões (R$ 116 bilhões) a Buenos Aires para obras e projetos.

EUA melindrados

A aproximação do Brasil com a China vai contra a expectativa dos Estados Unidos de isolar o país asiático, principalmente na América Latina, região que estabelece cada vez mais parcerias com os chineses.

Segundo a mídia, o contexto geopolítico atualmente delicado com uma polarização entre EUA e China explica a discrição em torno da adesão do Brasil à Nova Rota da Seda.

Justamente em razão da sensibilidade do assunto e de seus possíveis reflexos diplomáticos, as tratativas sobre esse tópico da agenda com a China têm sido limitadas à alta cúpula do Itamaraty e a um grupo restrito de assessores presidenciais.

A questão é, antes de tudo, política e está diretamente ligada à guinada na estratégia da diplomacia brasileira a partir da posse de Lula. Sob a orientação do ex-chanceler Celso Amorim, conselheiro do presidente para assuntos internacionais, o Brasil já sinalizou que pretende voltar a apostar no fortalecimento do BRICS.