Nada como um dia após o outro na política, não é mesmo? Capitão Contar, que em 2022 estampava a camisa de defensor da moralidade e da direita radical, pronto para combater as alianças com a esquerda, agora parece estar pronto para puxar uma cadeira e sentar ao lado de ninguém menos que Rose Modesto – aquela mesma que já foi superintendente no governo Lula.
No primeiro turno, Contar, que foi candidato ao governo de Mato Grosso do Sul pelo PRTB, aparentemente deu uma forcinha discreta para Rose, mas agora a coisa vai ser pública, à luz do dia. O “patriota” que pregava contra qualquer coligação com o PT vai, ironicamente, se unir à ex-superintendente de um governo petista. E que surpresa! É a política mostrando que nem sempre o discurso da campanha sobrevive ao pragmatismo do segundo turno.
Durante sua campanha, Contar não economizou nas críticas àqueles que, segundo ele, faziam acordos com “a esquerda vermelha”. Agora, o capitão parece estar pronto para se sentar à mesa com os próprios alvos de suas antigas críticas. Se antes apontava o dedo para quem ousava dialogar com o PT, hoje ele se prepara para retribuir o apoio que Rose lhe deu no segundo turno de 2022.
Essa aliança é quase poética: o soldado que jurava combater o “inimigo vermelho” agora ao lado de alguém com passagem marcante pelo governo de Lula. A história não poderia ser mais irônica. Afinal, como diz o ditado, na política, o que vale é o interesse do momento, e não o discurso inflamado do passado. A lógica? Vamos fingir que não era contra isso que Contar jurava lutar com unhas e dentes.
Se essa reviravolta política fosse um filme, estaríamos todos aguardando o plot twist final: quem mais vai se juntar ao grupo que promete redefinir o conceito de aliança partidária? Lula mandaria um aceno de aprovação? Ou melhor, será que Contar estará pronto para tirar uma selfie ao lado do petista em um próximo comício?