Autoridades chinesas afirmaram nesta quarta-feira, 15, que os Estados Unidos estariam usando balões de alta altitude para sobrevoar regiões da China como Xinjiang, além do Tibete, e alertaram que tomarão medidas contra as entidades americanas que “desafiam a soberania chinesa”, enquanto agrava-se a tensão diplomática entre os dois países.
“A China se opõe firmemente a isso e tomará contramedidas contra as entidades americanas relevantes que minam a soberania e a segurança da China de acordo com a lei”, disse Wang, ministro das Relações Exteriores da China, sem especificar quais seriam as medidas.
De acordo com o país asiático, os EUA sobrevoaram o espaço aéreo chinês, sem permissão, mais de dez vezes desde maio de 2022.
“Sem a aprovação das autoridades chinesas relevantes, ele voou ilegalmente pelo menos 10 vezes sobre o espaço aéreo territorial da China, incluindo sobre Xinjiang, Tibete e outras províncias”, afirmou Wang. A região do Tibete é disputada entre o Partido Comunista Chinês e movimentos autônomos, incluindo a representatividade do Dalai Lama, desde o início do século XX.
A tensão diplomática entre Washington e Pequim aumentou depois que militares dos EUA derrubaram, no início do mês de fevereiro, um suposto balão espião chinês. A China diz que o balão estava sendo usado para pesquisa civil e acabou se desviando, por engano, do percurso programado, e que a reação da Defesa dos EUA foi exagerada.
“Os EUA abusaram da força, reagiram de forma exagerada, agravaram a situação e usaram isso como pretexto para sancionar ilegalmente empresas e instituições chinesas”, disse Wang.
Na mesma semana, outros balões chineses que teriam se desviado do seu percurso original foram vistos na Colômbia, Chile, Caribe entre outros países latino-americanos.