O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) foi o candidato a prefeito de São Paulo mais votado no primeiro turno nas seções eleitorais que foram instaladas dentro de centros de detenção provisória da capital paulista, no presídio da Polícia Militar, em unidades da Fundação Casa e no Internato Pirituba.
De acordo com um levantamento realizado pelo Pleno.News com base nos dados dos boletins de urna das unidades prisionais, 484 presos escolheram algum dos candidatos na disputa pela capital paulista. Destes, 234 votaram em Guilherme Boulos (PSOL), o equivalente a 48,35% dos votos.
Na sequência, apareceram o empresário Pablo Marçal (PRTB), com 124 votos (25,62%), e a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 74 (15,29%). Fechando os quatro primeiros colocados ficou o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), com 46 votos (9,5%).
Ainda receberam votos em unidades prisionais o apresentador José Luiz Datena (PSDB), com quatro votos (0,82%), além da economista Marina Helena (Novo) e do metroviário Ricardo Senese (Unidade Popular), com um voto cada (0,20%).
Em algumas unidades, Boulos teve um percentual de votos expressivo, como no Centro de Detenção Provisória IV de Pinheiros, na Zona Oeste, onde o psolista recebeu todos os 11 votos da seção. Já na seção que recebeu votos de internos das unidades da Fundação Casa de Ouro Preto e Joço do Pulo, o deputado teve 24 dos 29 votos totais, o equivalente a 82,7%.
SOBRE VOTOS DE PRESOS E INTERNOS
Podem votar nas eleições os presos provisórios, que são aqueles sem condenação criminal transitada em julgado, e os jovens internos, que são aqueles que praticam infração quando menores de idade e são submetidos a medidas socioeducativas de internação ou à internação provisória, conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nesses casos, o direito de voto é garantido a eles porque não há suspensão dos direitos políticos. Nas eleições realizadas em presídios, as mesárias e os mesários, três por seção, são selecionados entre servidores do Ministério Público ou do sistema penitenciário, desde que não sejam agentes, ou entre advogados.