A Confederação Nacional de Municípios (CNM) contabiliza prejuízos de R$ 4,6 bilhões no Rio Grande do Sul, com registro de 99,8 mil casas danificadas ou destruídas, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (7/5).
Já são mais de 78% dos municípios do estado atingidos. Das 388 cidades afetadas, 336 tiveram, até o momento, a situação de anormalidade reconhecida pelos governos estadual e federal em estado de calamidade pública.
Segundo o dado mais atualizado da Defesa Civil do estado, há 90 mortos e 131 desaparecidos.
Setores mais afetadosO total de R$ 4,6 bilhões em prejuízos foi repassado à CNM pelos municípios, mas são parciais e estão sendo alterados pelos gestores locais, à medida que o nível da água continue a baixar.Os dados foram extraídos do S2iD, Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério do Desenvolvimento Regional.
Desse total, R$ 465,8 milhões concentram-se no setor público, R$ 756,5 milhões no setor privado e a grande maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 3,4 bilhões, sendo 99,8 mil casas danificadas ou destruídas.
Principais setores privados afetados:
- Agricultura: R$ 435 milhões em prejuízos;
- Pecuária: R$ 134,7 milhões em prejuízos;
- Indústria: R$ 92 milhões em prejuízos;
- Comércios locais: R$ 37,5 milhões em prejuízos;
- Demais serviços: R$ 52,2 milhões.
Principais setores públicos afetados:
- Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras): R$ 333,6 milhões em prejuízos;
- Obras de infraestrutura (pontes, estradas, calçamento, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 91,3 milhões em prejuízos;
- Sistema de transportes: R$ 8,4 milhões em prejuízos;
- Assistência médica emergencial: R$ 7,4 milhões em prejuízos;
- Sistema de esgotamento sanitário: R$ 7,4 milhões em prejuízos;
- Limpeza urbana e remoção de escombros: R$ 6,2 milhões em prejuízos;
- Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 3,3 milhões em prejuízos;
- Sistema de ensino: R$ 2,9 milhões em prejuízos;
- Abastecimento de água: R$ 2,8 milhões em prejuízos.
O presidente da CNM, Paulo Ziulkoski, que foi prefeito do município gaúcho de Mariana Pimentel em duas gestões (1993 a 1996 e 2001 a 2204), fez um apelo pela liberação de recursos.
“O que temos até o momento são promessas, burocracias e uma população que resiste pelo seu próprio esforço e pela corrente de solidariedade”, disse, em nota.
“É necessário liberar urgentemente recursos extraordinários aos municípios, considerando-se, por exemplo, a proporção populacional, sem objeto pré-definido, pois o cenário se modifica a cada dia e os gestores precisam ter autonomia para definir a forma de aplicação que melhor atenda cada cenário vivenciado”, continuou.
Ziulkoski ainda considerou ser “inaceitável” a cobrança de um plano de trabalho como medida obrigatória para o repasse dos recursos, enquanto os municípios ainda resgatam famílias debaixo da água e buscam espaços para abrigar a população.