O Sistema Penitenciário Federal (SPF) brasileiro registrou a primeira fuga da história na última quarta-feira (14) em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Os detentos Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento conseguiram escapar da penitenciária considerada de segurança máxima.
Responsável por gerir as cinco penitenciárias do Brasil, o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou nesta quinta (15) o ex-diretor da unidade de Catanduvas, no Paraná, Carlos Luis Vieira Pires, como interventor. As duas fugas registradas, inéditas no sistema federal, aparecem como a primeira prova de fogo do ministro Ricardo Lewandowski.
Lewandowski ainda reforçou os protocolos de segurança nas outras quatro penitenciárias do país, que contam com sistema de vigilância avançado, que inclui captação de som ambiente e monitoramento por vídeo.
Os dois detentos que fugiram não foram localizados e, com o auxílio de policiais militares do Rio Grande do Norte, o patrulhamento nas divisas entre os estados da região foi reforçado. A Interpol ainda foi acionada diante da possibilidade da dupla fugir para outro país.
Pasta descarta novas fugas
Também nesta quinta, o secretário nacional de Políticas Penais da pasta, André Garcia, classificou o caso como um “evento inusitado” e garantiu que isso não vai se repetir.
“Já temos uma noção do que aconteceu, mas isso tem que ser confirmado tecnicamente, de forma segura, para que possamos concluir todos os nossos procedimentos, inclusive os de responsabilização funcional”, disse.
Segundo o secretário, a realização de obras de manutenção na unidade penitenciária pode ter facilitado a fuga dos detentos e não está descartada a participação de agentes penitenciários. “A [clareza] da dinâmica dos fatos vai ser [mais] precisa à medida que tivermos a conclusão do laudo pericial […]. Muito provavelmente, todo processo relacionado à manutenção [do presídio] vai ser revisto, pois é preciso rever os protocolos de segurança e evitar que uma obra [de manutenção] interfira na questão da segurança”, alegou.
A recaptura dos dois presos é uma prioridade do governo brasileiro, que conta com o reforço na região de quase 200 agentes das polícias Federal e Rodoviária Federal, além das forças estaduais.
“Muito provavelmente, todo processo relacionado à manutenção [do presídio] vai ser revisto, pois é preciso rever os protocolos de segurança e evitar que uma obra [de manutenção] interfira na questão da segurança”, tranquilizou.
A fuga no estado potiguar também deixou o Rio de Janeiro em alerta, afirmou o governador Cláudio Castro (PL), em parceria com as forças policiais de outras regiões do país.