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Empresa da carne com larvas para merenda ganhou contrato ‘gordo’ de Marquinhos Trad

Fornecedoras ganham mais de R$ 16 milhões para prestar ''o serviço''

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A empresa JPM Comércio Atacadista e Serviços Eireli e Embutidos Tradição, flagradas com carne podre e com larvas, ganharam contratos milionários para vender carne para a merenda escolar, em Campo Grande. Tudo ocorreu durante a gestão de Marquinhos Trad, do PSD, agora candidato ao Governo do MS.  

As duas empresas foram flagradas pela Polícia Civil, no dia 23 de setembro, com 4,8 toneladas de proteínas que não serviam nem para ração animal. Ao final da matéria, veja vídeos da carne podre (cenas fortes). 

Contratos

No Portal da Transparência, é possível ver que a JPM celebrou contrato com o Município em 14 de fevereiro deste ano, quando Trad ainda estava à frente da prefeitura. O valor chega aos incríveis R$7.869.723,52.

A empresa tinha objetivo específico, conforme diz trecho do contrato: ”Aquisição de gêneros alimentícios – proteínas congeladas, visando atender a SAS e a Semed por intermédio da Secomp”. 

O pior é que o contrato, que começou em fevereiro deste ano, só vai terminar no segundo mês de 2023. Ou seja, as crianças talvez continuem a serem servidas pelas empresas alvo de um grande escândalo. 

Conforme divulgado pela Delegacia do Consumidor, responsável pelo flagrante, as empresas JPM e Embutidos Tradição funcionavam no mesmo endereço, na rua Veridiana, no bairro Atlântico Sul. 

Longa data

Além do contrato citado acima, há outros para fornecimento de ovos e carnes para a Secretaria Municipal de Educação. Vale lembrar que, durante a fiscalização, a polícia também constatou que o ovo fornecido não tinha procedência.  

A contratualização entre prefeitura e empresas para fornecimento começou efetivamente em 2017, primeiro ano da gestão Trad. No total, ainda há 9 contratos vigentes para o fornecimento de alimentos para as secretarias. 

No total, entre contratos recém-encerrados e os que estão em vigência até 2023, somam 16.837.658,90. 

Podridão 

Parte das cerca de quatro toneladas de carne iriam para a merenda escolar de Campo Grande. Os cortes tinham larvas e nem para fazer ração serviam. 

A ação foi Delegacia do Consumidor de Campo Grande, em parceria com a Vigilância Sanitária, Iagro e Serviço de Inspeção Sanitária. 

De acordo com a divulgação, foram exatos 4.829 quilos de carne imprópria para o consumo. O detalhe é que as empresas cortavam pedaços de diferentes tipos de carne e moíam. Depois, vendiam como se fossem de um único corte.

Os suspeitos, diz a Decon, também recebiam a carne congelada, descongelavam e congelavam novamente. Todo o material apreendido foi descartado, já que não serviam nem para ração de animais.  

O espaço está aberto às manifestações das duas empresas, da Semed e do ex-prefeito, Marquinhos Trad. 

Com informações do TopMídiaNews