Na remota ilha ártica de Spitsbergen — cuja população é composta por noruegueses, russos e ucranianos —, paleontólogos descobriram ossos que podem corroborar com a teoria de que antigos répteis marinhos conhecidos como ictiossauros vagaram pelos oceanos da Terra por muito mais tempo do que se pensava. Os fósseis foram datados de 250 milhões de anos, e representam a evidência mais remota de ictiossauro de que se tem notícia.
A descoberta sugere ainda que a linha do tempo para a espécie precisa ser reconsiderada. A nova hipótese é de que o ictiossauro surgiu antes da extinção em massa do final do período geológico do Permiano — há 250 milhões de anos. A equipe de paleontólogos liderada por Benjamin Kear, da Universidade sueca de Uppsala, disse: “Esses tetrápodes marítimos pioneiros podem agora ser reformulados como sobreviventes da extinção em massa, em vez de sucessores ecológicos nas primeiras comunidades de predadores marinhos do Mesozoico”.
O que mais impressiona os entusiastas da paleontologia é a notável semelhança entre o ictiossauro e o golfinho moderno — se o golfinho fosse um réptil aquático gigante ao invés de mamífero. Felizmente o registro fóssil é abundante em restos de ictiossauros, o que fornece aos cientistas uma extraordinária riqueza de informações para traçar sua linha do tempo. O achado no afloramento rochoso de Spitsbergen foi decisivo para derrubar a narrativa do surgimento e adaptação da espécie de dinossauro. O artigo completo foi publicado no periódico científico Current Biology.