O movimento islamista Ansar Allah, também conhecido como houthis, que controla o norte do Iêmen, reivindicou nesta segunda-feira (7) vários ataques com drones e mísseis de cruzeiro contra dois navios de guerra destróieres dos EUA no mar Vermelho.
Além dos ataques aos destróieres americanos, os houthis também reivindicaram ataques a um “alvo militar israelense” em Tel Aviv, segundo o porta-voz militar dos houthis, o general Yahya Saree.
Um dia antes, as forças norte-americanas atacaram Sanaa, a capital iemenita, deixando quatro mortos e 16 feridos.
“A força de veículos aéreos não tripulados das Forças Armadas do Iêmen realizou uma operação militar contra um alvo israelense na área ocupada de Jaffa, usando um drone”, detalhou a autoridade.
As tensões entre os houthis e Washington continuam. O Pentágono é criticado por funcionários e ex-funcionários dos EUA por não conseguir conter o grupo rebelde. Nos últimos dias, os houthis do Iêmen afirmaram ter atacado o porta-aviões Harry S. Truman em mais um agravamento das tensões, desde que, em 15 de março passado, Washington iniciou ataques em larga escala contra o movimento islamista.
Na ocasião, o então presidente Donald Trump declarou que o tempo dos houthis “havia acabado” e prometeu: “O inferno cairá sobre vocês como nunca antes!”
Em 18 meses, os houthis realizaram quase 200 ataques a navios de guerra dos EUA e cerca de 150 ataques contra embarcações mercantes do mesmo país, conforme admitiu recentemente o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.
Israel também não escapou ileso, reconhecendo ter sido alvo de mais de 200 mísseis e 170 drones, embora alegue que muitos desses ataques foram malsucedidos. As forças estadunidenses responderam com ataques a vários alvos no Iêmen, centro das operações do Ansar Allah.
Em 2 de abril passado, bombardeios americanos contra um reservatório de água na província ocidental iemenita de Al-Hudaydah deixaram mais de 50 mil pessoas sem acesso à água, segundo a emissora Al-Masirah.
Campanha de ataques
Em novembro de 2023, os houthis lançaram uma campanha de ataques a navios mercantes supostamente vinculados a Israel para impedi-los de transitar pelos mares Arábico e Vermelho enquanto a Faixa de Gaza não recebe os alimentos e medicamentos de que necessita.
Diante da ameaça de ataques em uma área-chave para o comércio global, particularmente de petróleo, diversas companhias de navegação optaram por enviar seus navios pela rota do Sul da África, aumentando o tempo e o custo do transporte.
Trump reconheceu o movimento houthi como terrorista pouco antes do fim de seu primeiro mandato (2017–2021), em janeiro de 2021, mas seu sucessor, Joe Biden, o removeu da lista no mesmo ano.
Em 4 de março, os Estados Unidos novamente designaram o movimento Ansar Allah como organização terrorista.