Israel se manteve em alerta nesta sexta-feira (12/4) para um possível ataque iraniano em retaliação ao bombardeio de um complexo diplomático iraniano na Síria no início do mês. O presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, afirmou que uma provável agressão iraniana poderá ocorrer “mais cedo do que tarde”.
“Não quero entrar em informações sigilosas, mas minha expectativa é de que seja mais cedo do que tarde”, disse Biden a jornalistas na Casa Branca, em meio ao aumento de tensão na região.
Desde o início da guerra na Faixa de Gaza, Israel intensificou seus ataques contra aliados de Teerã no Líbano e na Síria. No início de abril, mais de uma dezena de pessoas foram mortas em um ataque aéreo ao consulado iraniano em Damasco, capital da Síria. A ação matou o general de brigada iraniano Mohamad Reza Zahed, um dos principais líderes da Guarda Revolucionária do Irã, e seis outras autoridades militares iranianas.
O Irã, a Síria e a Rússia culparam Israel pelo ataque. Tel Aviv, porém, jamais assumiu a responsabilidade, o que não impediu que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, afirmasse que Israel “deve e será punido” pela operação que, segundo ele, foi equivalente a um ataque em solo iraniano.
A guerra entre Israel e o grupo Hamas, apoiado pelo Irã, que já dura quase sete meses, elevou as tensões na região e envolveu o grupo Hezbollah, no Líbano, que também conta com apoio iraniano.
Países alertam seus cidadãos na região
Países como França, Índia, Polônia e Rússia advertiram seus cidadãos para que não realizem viagens à região. Ao mesmo tempo, os governos da Alemanha e da Áustria pediram que alemães e austríacos deixem o território iraniano.
O Ministério alemão do Exterior afirmou, em nota, que há risco de um agravamento repentino nas tensões que podem colocar cidadãos alemães no Irã sob perigo de serem “arbitrariamente presos e interrogados e receberem longas penas de prisão”. “Rotas de transporte aéreo, terrestre ou marítimo também poderão ser afetadas”, disse a pasta.
As Forças Armadas israelenses disseram que não foram dadas novas instruções à população, mas pediram que as pessoas se mantenham alertas. “O Exército conduziu uma avaliação situacional e aprovou planos para uma série de cenários após relatos e comunicados sobre um ataque iraniano”, afirmou o porta-voz militar Daniel Hagari, em pronunciamento às emissoras de televisão.
Mais cedo, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, classificou a ameaça iraniana de real e exequível.
Biden reafirma apoio a Israel
O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou que o Irã deve se abster de um ataque em solo israelense. Ao ser perguntado qual seria sua mensagem a Teerã, ele respondeu apenas “don’t” (não o faça), e garantiu que seu país está comprometido com a defesa de seu maior aliado na região.
“Nos dedicamos à defesa de Israel. Apoiaremos Israel. Ajudaremos Israel a se defender e o Irã não terá êxito”, afirmou. O presidente norte-americano disse que não divulgaria informações confidenciais, mas que o ataque iraniano deveria ocorrer “mais cedo do que tarde”.