Em entrevista ao Pleno.News, nesta terça-feira (4), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro falou sobre a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o clamor popular que eleva seu nome ao posto de maior adversária de Lula na corrida ao Planalto em 2026 – de acordo com as recentes pesquisas, em cenário sem Bolsonaro – e sobre uma possível opção de vir candidata ao Senado Federal.
A líder conservadora enalteceu o compromisso do Pleno.News com a credibilidade jornalística e criticou a atuação da grande mídia.
– O Pleno.News busca ser fiel à verdade. E eu os parabenizo por essa postura! Infelizmente, algumas redações se esqueceram do importante papel que desempenham para a sociedade e expulsaram a verdade do seu “convívio diário”. Uma tristeza! – afirmou.
Em um cenário eleitoral sem seu esposo, Jair Bolsonaro, o seu nome é o mais forte contra Lula, de acordo com as pesquisas. Como a senhora lida com esse clamor da população pela sua candidatura à presidência em 2026?
Recentemente, eu afirmei que desconfiava de antecipações exageradas relativas às eleições de 2026. Disse isso por uma razão bem específica: penso que tem alguém – ou “alguéns” – muito interessado em acelerar o processo de apresentação de nomes de prováveis presidenciáveis. Parece até uma tentativa de diminuir a importância do nome do meu marido no cenário político nacional. Lamento dizer para esses “precoces”: o Jair está mais ativo do que nunca, nós estamos trabalhando para reverter as injustiças que ele vem sofrendo e eu acredito que ele será o nosso próximo presidente.
É fácil perceber que as pessoas estão sedentas por mudanças, não querem essa “cena do crime” que está aí. Os brasileiros, apesar das grandes crises que o nosso governo enfrentou, experimentaram o que é ser governado por um presidente patriota, honesto e que acredita no Brasil. O meu marido sempre respeitou o pagador de imposto e colocou o benefício do povo em primeiro lugar em todas as suas decisões. Tendo experimentado esse tipo de governo, nosso povo não aceita mais que uma “cleptocracia” governe os nossos destinos. Aliás, você percebeu que esse termo contém uma sequência bastante sugestiva de letras?
Dito isso, quanto às manifestações do povo a respeito do meu nome, eu encaro como sendo o reconhecimento por saberem que o meu marido e eu estamos mais unidos do que nunca e compartilhamos os mesmos propósitos. Eu agradeço por todas essas manifestações, mas reafirmo: Bolsonaro é o nosso candidato! Eu me junto ao coro popular para pedir: “Volta, Bolsonaro!”.
Como o ex-presidente Bolsonaro avalia a sua candidatura ao Planalto?
No momento, não há nenhuma candidatura a ser avaliada, a não ser as municipais. Tem muita gente especulando, dizendo que o Jair falou isso ou aquilo; outros parecem estar fazendo algum cursinho de formação em “Enxerido”, em “Palpiteiro Megablaster” ou em “Adivinhação ‘Lotérica’ de Mentes”, porque a cada dia surge um devaneio diferente.
Nós, simplesmente, não discutimos sobre isso, porque essa possibilidade sequer foi trazida para debate em nossa casa. Nós dois; e o nosso partido [o PL]; estamos focados na reversão das injustiças que têm sido praticadas contra ele e, uma vez bem-sucedidos, ele, que é o grande – e o verdadeiro -líder nacional da direita, será o nosso candidato.
Então, não há motivos para que nós gastemos nosso tempo – já tão escasso – com esse tipo de conjectura por agora. Uma das regras em nossa casa é: “Tudo a seu tempo e no seu devido lugar!”.
Por agora, a minha missão está claramente definida: “sou 1.000% PL Mulher”. Eu quero inspirar e incentivar que mais mulheres estejam politicamente engajadas. Essa tarefa ficou mais difícil sem a Amália. A sua perda nos deixou muito tristes! Mas eu tenho uma equipe maravilhosa, nós temos as nossas presidentes estaduais e municipais, e o principal: nós temos as mulheres de bem do Brasil ao nosso lado. Nós vamos fazer uma transformação na política, jamais vista neste país! Essa é a minha missão e eu estou totalmente entregue a ela.
A senhora cogita concorrer ao Senado em 2026?
A forma como eu ingressei no mundo da política partidária foi bastante casual, sem pressões ou planejamentos. Pediram-me para discursar para as pessoas no lançamento da campanha eleitoral do meu marido em 2022. E, algo anteriormente impensado por mim, aconteceu. De repente, eu estava falando para milhares de pessoas e, de lá pra cá, por mais que eu tentasse evitar, a política passou a fazer parte da minha vida.
Eu entendi que Deus manda seus “recados” para nós, de diferentes formas. Eu entendi a missão que Ele me deu. Eu sou obediente ao meu Deus, então, eis-me aqui! Se Deus me quiser como uma representante eleita pelo povo, eis-me aqui! Se Ele me quiser somente no PL Mulher: eis-me aqui! Se a vontade Dele for que eu fique na minha casa e com o meu voluntariado: estarei eu aqui, sempre pronta para fazer o que o meu Deus quiser. Na hora certa, Ele falará. Ele sempre fala.
Tenho boas amizades no Senado, quem sabe isso não seja um bom sinal? Aguardemos.
Por meio do seu trabalho à frente do PL Mulher, estão emergindo diversas lideranças políticas femininas em todo o Brasil. Qual a importância da mulher na política neste momento tão delicado que atravessamos?
Nós temos trabalhado muito nos últimos meses. Em um ano, percorremos o Brasil e, neste mês de junho, completaremos a instalação e estruturação do PL Mulher em todos os estados do país.
Permita-me inverter um pouco o tabuleiro, fazendo algumas perguntas: Quem é que tem jornadas múltiplas e precisa direcionar sua atenção para várias coisas em um mesmo dia? Quem é que lidera muitos lares, inclusive, enfrentando situações dificílimas, quando são abandonadas ou perdem seus companheiros? Quem é que se desdobra em vários papéis, quer fazer todos eles bem-feitos e se incomoda quando não consegue fazê-los? Quem é que mais se empenha em apaziguar conflitos na família e na sociedade? Quem é que tem mais empatia nata? A resposta para tudo isso é: a mulher!
A mulher tem um potencial enorme para colaborar – e trabalhar junto – também na política. Nós conseguimos abordar as situações com perspectivas que os homens, muitas vezes, devido à própria natureza, não conseguem ou têm muita dificuldade em fazê-lo. Por outro lado, existem áreas nas quais nós também não temos tanta habilidade assim e os homens se destacam. Isso é natural e apenas confirma que nós precisamos uns dos outros. Mas, é preciso reconhecer: nós, mulheres, somos multifuncionais e “multitarefas simultâneas”, e isso nos dá uma certa vantagem em muitas áreas.
Não quero dizer com isso que sejamos melhores que os homens, ao contrário, nós acreditamos na complementaridade entre mulheres e homens. Declaramos sempre que a colaboração e a cooperação entre ambos é a grande saída para todas as situações problemáticas. O nosso olhar e o nosso modo de agir é feminino e não feminista.
Nós acreditamos, profundamente, que um maior empenho de mulheres de bem na política nacional vai, sim, ser transformador. Eu creio muito nisso e trabalho todos os dias para que mulheres e homens de bem, empenhados na política, deem continuidade ao trabalho que o governo Bolsonaro iniciou.