O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou novamente a atuação do primeiro-ministro de Israel na guerra contra o grupo terrorista Hamas, afirmando que Benjamin Netanyahu “não está interessado em resolver o conflito” e sim em “aniquilar os palestinos”. A afirmação foi feita durante uma coletiva de imprensa, no sul da Itália, onde participou da reunião de cúpula do G7.
– O que eu falei na União Africana sobre o que acontecia em Israel, eu mantenho 150% do que eu falei, porque o primeiro-ministro de Israel, ele não quer resolver o problema. Ele quer aniquilar os palestinos em cada gesto dele, em cada ato – afirmou o presidente a jornalistas.
Desta vez, o petista subiu o tom contra Netanyahu, diferentemente do que fez dias atrás quando criticou as ações militares de Israel nos territórios palestinos, afirmando que o que se vê em Gaza é o “legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança”.
Lula também desafiou Netanyahu a cumprir a resolução de cessar-fogo aprovada pelo Conselho de Segurança na ONU na última segunda-feira (10).
A proposta prevê um cessar-fogo inicial de seis meses com a libertação de reféns em troca de prisioneiros palestinos, a retirada das forças israelenses de áreas povoadas em Gaza e o retorno de civis palestinos a todas as áreas do território.
Durante a fala, Lula também criticou a Organização das Nações Unidas por não atuar de maneira enérgica para resolver o conflito no Oriente Médio. Nas reuniões do G7, o presidente já havia cobrado por respeito a decisões dos órgãos de governança global ligados às Nações Unidas, como o Conselho de Segurança e a Corte Internacional de Justiça (CIJ), e os chamou de “inoperantes”.
– Por isso que nós defendemos uma mudança na ONU, porque a ONU quando tomar uma decisão, ela tem que ser cumprida. E eu quero dizer em alto e bom som: só será resolvido o conflito no Oriente Médio, entre o governo de Israel e o povo palestino, no dia que a ONU tiver força para implementar a decisão que demarcou o território em 1967 e deixar os palestinos construírem sua pátria livremente – afirmou.
Lula voltou a dizer ainda que o acontece na Faixa de Gaza é um “genocídio contra mulheres e crianças” e que irá continuar brigando para resolver o conflito.