O presidente francês, Emmanuel Macron, continua aumentando o nível de envolvimento de seu país no conflito na Ucrânia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
“Uma coisa é óbvia: o senhor [Emmanuel] Macron está convencido da sua ideia de infligir uma derrota estratégica ao nosso país. Ele continua aumentando o nível de participação direta da França neste conflito. Do nosso ponto de vista, isto de forma alguma corresponde aos interesses dos franceses”, comentou Peskov em vídeo publicado no canal do Telegram do jornalista Pavel Zarubin.
O porta-voz sublinhou que, nos últimos dias, Moscou observou em Paris “uma série de declarações muito contraditórias“.
“Por um lado, o senhor [Emmanuel] Macron começa a debater a possibilidade de enviar contingentes militares para o conflito na Ucrânia. Por outro lado, o ministro das Relações Exteriores francês [Stéphane Séjourné] nega categoricamente a possibilidade de enviar tais contingentes”, observou Peskov.
O porta-voz acrescentou que “há um debate muito ativo na França e na Europa“.
No dia 27 de fevereiro, Macron informou que os líderes dos países ocidentais discutiram a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia durante uma conferência realizada em Paris, mas não chegaram a um consenso.
No dia 29 do mesmo mês, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, alertou no seu discurso anual perante a Assembleia Federal, o parlamento do país, sobre as consequências trágicas se esta decisão fosse implementada.
Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia dá continuidade à operação militar especial com o objetivo de defender as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL), anteriormente reconhecidas por Moscou como Estados soberanos, contra o genocídio cometido por Kiev, enfrentando os riscos à sua segurança nacional representados pelo avanço da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o Leste Europeu.
Moscou alertou repetidamente que a OTAN está “brincando com fogo” ao fornecer armas à Ucrânia e que os envios estrangeiros com armas seriam um “alvo legítimo” para a Rússia assim que atravessassem a fronteira.
Nas palavras do porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a Rússia vê os confrontos diretos entre a Rússia e a OTAN como inevitáveis se o Ocidente enviar as suas tropas para a Ucrânia.