A Polícia Federal (PF) diz ter indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro seria um dos beneficiados ao acesso de informações provenientes do esquema de espionagem ilegal da chamada “Abin paralela”, de acordo com uma reportagem do UOL.
Segundo investigação da PF, dossiês e documentos elaborados na agência de inteligência eram impressos e entregues diretamente no Palácio do Planalto durante o governo Bolsonaro, entre 2019 e 2022.
A mídia afirma que esses elementos foram apresentados à Procuradoria-Geral da República (PGR) e ao Supremo Tribunal Federal (STF) e serão aprofundados nas próximas diligências, a partir das novas provas colhidas nas buscas contra Ramagem e contra Carlos Bolsonaro, vereador e filho do ex-presidente.
Essas informações se somam às provas apuradas em um inquérito anterior, sobre as interferências indevidas de Bolsonaro na Polícia Federal durante seu período como presidente da República.
O portal disse que procurou a defesa de Jair Bolsonaro, mas ela não se manifestou sobre o assunto. De acordo com a revista Veja, o ex-mandatário, em conversas recentes com aliados, diz que, por mais que a Polícia Federal procure, “não há bala de prata” contra ele no STF.
Sobre seu filho, Carlos, que recebeu uma operação de busca e apreensão em seu gabinete no Rio de Janeiro, algo chamou atenção dos investigadores: um dos nove computadores apreendidos estava identificado como “computador guardião” e trazia um alerta para não ser conectado à Internet.
A PF acredita que o “computador guardião” tem o potencial de ser um local de armazenamento de dados sigilosos e pode ter papel fundamental para esclarecer o envolvimento de Carlos na chamada “Abin paralela”, relata a coluna de Bela Mengale em O Globo.
A PF estima que aproximadamente 30 mil cidadãos brasileiros foram alvo de monitoramento ilegal pela Abin, de acordo com Andrei Passos, diretor-geral do órgão.