Recentes decisões de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), tiveram como alvo nomes do Partido Liberal (PL) que têm relação direta com o êxito da sigla nas próximas eleições no Rio de Janeiro.
Inicialmente, para concorrer à Prefeitura do Rio, o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu o nome do general Walter Braga Netto para enfrentar o atual prefeito, Eduardo Paes (PSD), em sua corrida pela reeleição. Braga Netto acabou sendo condenado pelo TSE na condição de vice-presidente na chapa formada com Jair Bolsonaro.
Em outubro do ano passado, a Corte Eleitoral o sentenciou à inelegibilidade por oito anos por abuso de poder político e econômico nas comemorações do Bicentenário da Independência, realizadas em 7 de Setembro de 2022.
O partido de Valdemar Costa Neto tratou de escolher outro nome para concorrer à Prefeitura do Rio: o deputado federal Alexandre Ramagem.
Após ser ventilada a pré-candidatura do delegado, que mesmo com projeção ainda tímida no eleitorado carioca, chegou à vice-liderança nas pesquisas, perdendo apenas para o atual prefeito da cidade. Ramagem aparece com 19,1% das intenções de voto, contra 36,2% do atual prefeito, Eduardo Paes (PSD). As informações são da pesquisa AtlasIntel, divulgada no dia 31 de dezembro.
Na última quinta-feira (25), Alexandre Ramagem foi alvo de uma operação da Polícia Federal a mando de Alexandre de Moraes. Segundo a investigação, há suspeita da participação de Ramagem em um esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar, de maneira ilegal, autoridades públicas e cidadãos comuns, enquanto o parlamentar era diretor-geral da Abin, entre novembro de 2019 e março de 2022.
Outro pré-candidato do PL a uma prefeitura no estado do Rio, na cidade de Niterói, é o líder da oposição na Câmara, deputado Carlos Jordy, que também sofreu uma devassa a mando de Alexandre de Moraes. Ele foi alvo da 24ª fase da Operação Lesa Pátria, no dia 18 de janeiro, com o objetivo de identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram os atos antidemocráticos de 8 de janeiro. Houve busca e apreensão de arma, celular e tablet do deputado.
Na última semana, o Pleno.News noticiou a iminente filiação do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) ao Partido Liberal (PL) com a missão de presidir o diretório municipal da legenda no Rio e coordenar a campanha de Alexandre Ramagem à prefeitura da cidade. A experiência de Carlos – que atuou no marketing digital de Jair Bolsonaro, culminando na eleição do líder conservador em 2018 – pode ser fator determinante para a alavancagem da campanha de Ramagem no Rio.
Uma semana após a veiculação da estratégia envolvendo Carlos Bolsonaro e o PL, a fim de potencializar a campanha do ex-diretor-geral da Abin na cidade maravilhosa, o vereador foi alvo de um mandado de busca e apreensão determinado por Alexandre de Moraes.
Na manhã desta segunda-feira (29), Carlos foi surpreendido com uma ação da Polícia Federal que apura ações da Abin durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Agentes apreenderam dois celulares e o computador do vereador.