O cabo de guerra entre o presidente da República e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), está cada vez mais tenso. Depois de mandar recados publicamente a Lula nesta semana, durante evento na Associação Comercial Paulista, o deputado alagoano jantou com o petista nesta quinta-feira, 9. Segundo interlocutores de Lira, ele se queixou do uso das emendas aos parlamentares para barganhar a retirada de assinaturas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.
Lira tem uma carta na manga: ele articula uma frente entre o PP e o União Brasil, que também anda às voltas com o governo, porque tem dois ministros na berlinda — Juscelino Filho (Comunicações) e Daniela do Waguinho (Turismo). Juntas, as siglas formariam a maior bancada da Casa, com 108 votos.
Atualmente, a maior bancada da Câmara pertence ao PL, com 99 cadeiras. A oposição ao governo afirma que tem pelo menos 250 votos consolidados hoje.
Nesse caso, as “previsões” de Lira sobre o governo não ter forças para aprovar grandes projetos na Casa, como a reforma tributária, se concretizariam pelos próximos quatro anos. Lula terá de jogar com Lira se quiser aprovar suas matérias.