Se os planos de enviar um contingente francês para a Ucrânia forem colocados em prática, isso criará problemas para Paris, disse Shoigu ao ministro da Defesa da França.
“Foi notada a disponibilidade para um diálogo sobre a Ucrânia. Os pontos de partida poderiam basear-se na ‘Iniciativa de Paz de Istambul’. Não faz sentido realizar uma reunião em Genebra sem a Rússia”, afirmou o ministério da Defesa russo em comunicado.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e seu homólogo francês, Sébastien Lecornu, conversaram por telefone nesta quarta-feira (3). Além das tratativas sobre o possível envio de tropas francesas à Ucrânia, Lecornu expressou solidariedade pelo ataque terrorista ao Crocus City Hall.
Segundo o Ministério da Defesa russo, Lecornu persistiu na tentativa de convencer Shoigu de que a Ucrânia e o Ocidente não estavam envolvidos no ataque, e culpou exclusivamente o Estado Islâmico.
“O regime de Kiev não faz nada sem a aprovação dos seus supervisores ocidentais. Contamos com o fato de que, neste caso, os serviços de segurança franceses não estão por trás disso”, afirmou o ministério francês.
As relações entre os países elevaram a tensão desde que o o presidente francês, Emmanuel Macron, cogitou a possibilidade de enviar soldados à Ucrânia. Apesar de, recentemente, ter negado o envio, Macron reforçou que a opção não está totalmente desconsiderada em sua cruzada para impedir uma vitória russa. Os comentários do presidente francês irritaram seu aliado europeu mais importante, o chanceler alemão, Olaf Scholz.
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, também voltou a chamar a atenção sobre a possibilidade do envio de tropas francesas à Ucrânia. Segundo ela, a França pode mobilizar 1,5 mil soldados neste mês e transferi-los para o território ucraniano.
A ligação desta quarta-feira entre os MDs da Defesa de Rússia e França foi a primeira nos últimos 18 meses.