A Polícia Federal (PF) lançou nesta quarta-feira (15/02) uma operação que mira um grupo suspeito de contrabandear para o exterior ouro extraído de garimpos ilegais na Amazônia. A Justiça bloqueou R$ 2 bilhões de suspeitos de usar notas fiscais para dar aparência de legalidade ao ouro obtido e comercializado ilegalmente.
A Operação Sisaque cumpre três mandados de prisão e 27 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal e em sete estados: Pará, Rio de Janeiro, Goiás, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso e Roraima. As ações contam com a participação de mais de cem policiais federais, além de cinco auditores fiscais e três analistas da Receita Federal.
De acordo com a investigação, de 2020 a 2022, durante o governo Jair Bolsonaro, a fraude na emissão de notas fiscais eletrônicas chegou a R$ 4 bilhões, equivalente a 13 toneladas de ouro.
Esquema envolvia grande exportadora
O esquema teria sido usado para possibilitar o contrabando do ouro para quatro países: Itália, Suíça, China e Emirados Árabes, por meio de uma empresa sediada nos Estados Unidos, que mantinha atividades aparentemente legais.
O inquérito que deu origem à operação e ao bloqueio dos bens foi aberto em 2021, a partir de informações da Receita Federal.
Segundo Vinícius Serpa, delegado da PF responsável pela operação, o esquema envolvia empresas comerciais de pequeno porte e uma grande empresa exportadora.
“Empresas menores recebiam o ouro ilegal e as notas fiscais ilegais. Depois, emitiam novas notas fiscais ilegais dando uma aparência de legalidade ao ouro. Então, o ouro era repassado para empresas maiores, no topo da exportação”, disse Serpa ao portal de notícias G1. As empresas maiores citadas pelo delegado funcionariam sob o guarda-chuva de uma única empresa exportadora.