O homem de 39 anos que confessou ter matado a própria filha de 18 anos e escondido o corpo da vítima em um buraco em uma via do centro de São Paulo morreu após ser asfixiado por outro detento, de 38, na noite da última terça-feira (2), no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Pinheiros, Zona Oeste da capital paulista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP), Wellington da Silva Rosas foi levado ao pronto-socorro da Lapa, na mesma região, mas não resistiu.
– A autoridade policial representou pela conversão da prisão em flagrante em preventiva ao Judiciário – disse a pasta.
Ele estava detido no CDP há uma semana. O caso foi registrado como homicídio pelo 91º Distrito Policial (Ceasa), onde segue em investigação. Não foram dados detalhes sobre o motivo do crime ocorrido dentro do presídio.
ENTENDA O CASO
Silva Rosas confessou que cometeu o crime depois de se desentender com a jovem e esganá-la até a morte, segundo a polícia. O caso aconteceu no dia 24 de março, na casa do pai da menina.
De acordo com a polícia, o suspeito contou em depoimento que ele e a filha, Rayssa Santos da Silva, teriam começado uma briga após o homem entender que a jovem estava incentivando a mãe, separada de Wellington, a namorar outras pessoas. Segundo as investigações, o homem não aceitava a separação, que teria acontecido há menos de um ano.
Ele também teria confessado que foi ao trabalho no dia seguinte, 25 de março, e manteve o corpo da filha no seu apartamento, na Rua Santo Amaro, na Bela Vista, centro da capital paulista, até o período da noite. Por volta das 20h do mesmo dia, ele disse ter colocado o corpo da filha em uma caixa de papelão e transportado o cadáver com o auxílio de um carrinho até a alça que dá acesso à Avenida 23 de Maio.
O corpo foi encontrado na manhã do dia 26 de março. O cadáver estava carbonizado e a suspeita é de que o pai de Rayssa teria ateado fogo no corpo da filha ou pagado para um homem em situação de rua fazer o serviço.
O pai da jovem foi autuado em flagrante pela destruição de cadáver, e a Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) instaurou um inquérito e pediu à Justiça a prisão preventiva do suspeito pelo homicídio triplamente qualificado – por asfixia, por ser cometido por um meio em que a vítima não pode se defender e por feminicídio.