A recente declaração racial do candidato a vereador Landmark, apadrinhado pelo deputado federal Vander Loubet (PT), desencadeou uma nova crise interna no Partido dos Trabalhadores (PT). Em grupos de WhatsApp, membros da legenda expressaram profunda irritação e indignação com a situação, principalmente no que se refere ao tratamento dispensado à militância negra.
Landmark, ao se declarar negro, tornou-se apto a receber recursos destinados a candidatos negros, o que gerou insatisfação entre outros candidatos petistas. Um dos membros do grupo desabafou, chamando a atitude de “uma falta de respeito tão grande com a militância negra, com a militância do movimento negro”, e acusou a direção estadual do partido de agir “pela ganância, tudo pelo poder”. Outro membro foi ainda mais enfático, afirmando que a direção estadual está “zoando” e “brincando com a nossa cara”, incentivando outros a “chutar o balde” contra a atual gestão.
A insatisfação com o favorecimento dado ao candidato Landmark não é um episódio isolado; há um crescente descontentamento diário dentro do partido em relação à condução das campanhas eleitorais. A situação é tão delicada que já se especula sobre possíveis desistências de candidaturas de outros membros do partido, que se sentem preteridos em favor do candidato apadrinhado. A crise expõe as tensões internas no PT, principalmente em um momento crítico de definição de estratégias eleitorais.