O deputado federal André Janones (Avante-MG) e dois de seus ex-assessores foram indiciados pela Polícia Federal (PF), nesta quinta-feira (12), por suspeita de rachadinha no gabinete do parlamentar. Na avaliação da PF, Janones cometeu corrupção passiva, peculato e associação criminosa. Caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se denunciará Janones ou arquivará o caso.
Somados, os três crimes dos quais Janones é suspeito podem resultar em uma pena de até 27 anos de prisão. Seus ex-assessores, por outro lado, foram indiciados somente por associação criminosa e corrupção. São eles: Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior.
No indiciamento, a PF descreve Janones como o “eixo central” da “engrenagem criminosa”. A corporação também ressalta que o patrimônio de Janones cresceu de forma desproporcional durante o período investigado, que vai de 2019 a 2020.
– O deputado federal André Janones é o eixo central em torno do qual toda a engrenagem criminosa gira. A investigação expôs a ilicitude de seus atos em todas as etapas, desde o início até o desfecho (…). Os dados fiscais também não deixam dúvidas no que concerne ao exaurimento do crime de corrupção passiva. Por meio deles, a equipe investigativa se deparou com uma variação patrimonial “a descoberto” do parlamentar, nos anos de 2019 e 2020, respectivamente de R$ 64.414,12 e R$ 86.118,06 – diz a PF.
O caso veio à tona após o vazamento de um áudio do deputado gravado em 2019. Na gravação, ele diz a assessores que eles tinham de devolver parte de seus salários para ajudá-lo a arcar com as dívidas de campanha. À época, ele havia concorrido à Prefeitura de Ituiutaba, em Minas Gerais, mas não conquistou o cargo.
– Tem algumas pessoas aqui que eu ainda vou conversar em particular depois, que vão receber um pouco de salário a mais e elas vão me ajudar a pagar as contas quando a minha campanha de prefeito deu um prejuízo de R$ 675 mil, na campanha. Elas vão ganhar a mais pra isso – disse ele.
Janones nega ter cometido crime. De acordo com o documento da PF, tanto ele quanto os outros dois investigados ficaram em silêncio durante o interrogatório.