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PL coleciona traições e sinaliza boicote à candidatura própria na Capital

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A confusão, que já não era pequena, ficou ainda maior no Partido Liberal (PL) de Campo Grande nesta semana, quando Tenente Portela anunciou que colocou o nome à disposição do partido para ser candidato a prefeito.

O anúncio ocorre dias depois que ele e o presidente do partido em Mato Grosso do Sul, Marcos Pollon, lançaram o nome do ex-deputado Rafael Tavares como candidato. Pior do que isso: ele nem comunicou o ex-deputado que lhe tiraria da disputa.

A volta de Portela para o jogo traz um novo capítulo para uma sequência de traições dentro do PL, que passa por desavenças que podem jogar Bolsonaro no colo da prefeita Adriane Lopes (PP), que espera apoio dele para reeleição.

O deputado Coronel David (PL) foi o primeiro a desistir, depois de ser esquecido por Bolsonaro, ao anunciar que o deputado João Henrique Catan (PL) poderia ser o candidato.

A entrevista foi concedida por Bolsonaro um dia depois de ele se reunir com Capitão Contar (PRTB), em Brasília. David ficou sabendo que chegou para Bolsonaro a informação de que ele não queria ser candidato porque seria próximo do Governo do Estado, o que ele afirma ser mentira.

A reunião de Contar com Bolsonaro, seguida do anúncio de João Henrique como pré-candidato, causou irritação em Portela e Pollon, que se sentiram desprestigiados. Portela, inclusive, estava na rádio no momento da entrevista de  Bolsonaro por telefone. Neste período, estava na gestão de Adriane, ainda falando em composição, mas ouviu Bolsonaro falar em candidatura própria.

Poucos dias depois, Pollon e Portela reagiram e pediram candidatura própria, lançando Rafael Tavares como opção. Portela, inclusive, levou Tavares até Bolsonaro, que se comprometeu a vir a Campo Grande para lançar candidatura. Neste dia, inclusive, Bolsonaro pediu para Portela sair da prefeitura.

Foi então a vez do grupo de João Henrique se sentir traído, já que ele era próximo de Tavares na Assembleia. Portela, inclusive, foi abrigado por João Henrique na Assembleia Legislativa, antes de deixar o cargo para assumir a Defesa Civil na gestão de Adriane.

Agora, nova confusão, com anúncio de Portela, que pegou Tavares de surpresa, já que não foi avisado da mudança de planos. Com toda bagunça, já há quem diga que a entrada de Portela no jogo precede uma aliança com Adriane, que teria ele como vice, voltando ao desenho inicial. Para o grupo que não deseja a aliança, esse seria o motivo de Bolsonaro ter cancelado a agenda em Campo Grande.

Portela afirma que lançou o nome em busca de uma união, que parece muito longe de acontecer, já que Tavares, João Henrique e o próprio Pollon são contrários à aliança com Adriane.