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Primeiro-ministro da França informa que vai renunciar ao cargo

Em discurso, Gabriel Attal reconheceu que seu partido, o Renascimento, de Emmanuel Macron, obteve um bom resultado nas eleições parlamentares, mas não o suficiente para conquistar a maioria no Parlamento.

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O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, informou neste domingo (7) que vai renunciar ao cargo. O anúncio é dado em meio aos resultados preliminares das eleições parlamentares do país, que apontam a derrota de nacionalistas radicais para a esquerda.

“Permanecendo fiel às tradições da República e aos meus princípios, amanhã de manhã apresentarei a minha demissão ao presidente da República”, disse Attal.

O anúncio de Attal foi dado em um discurso aos cidadãos franceses em Paris. No discurso, ele afirmou que continuará trabalhando até que uma nova coalizão seja formada.

Attal observou que o seu partido, o Renascimento, do presidente francês, Emmanuel Macron, teve um desempenho mais bem-sucedido do que no primeiro turno das eleições parlamentares, mas que isso não foi suficiente para conquistar a maioria dos assentos no Parlamento.

As eleições deste domingo são consideradas as mais disputadas da França em 40 anos, e contaram com a participação de 59% do eleitorado, o maior percentual desde 1981. Após vencer o primeiro turno, com 33,4% dos votos, o partido Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen, era visto como o mais cotado para vencer o pleito, o que levaria a França a ser governada por uma legenda tida como extremista pela primeira vez desde a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial.

Porém, a esquerda conseguiu virar e passou a liderar o pleito. As primeiras pesquisas de boca de urna apontam que o partido Nova Frente Popular (de esquerda) conquistou entre 180 e 215 cadeiras do Parlamento, o Juntos (centro), obteve entre 150 e 180 cadeiras e o RN entre 120 e 150 cadeiras.

Apontado como possível futuro primeiro-ministro da França, Jordan Bardella, que substituiu Le Pen na liderança do RN, se pronunciou sobre os resultados preliminares, afirmando que seu partido fez um avanço histórico.

“Ao contrário da campanha antes do segundo turno, que foi caracterizada por alianças políticas artificiais destinadas a impedir que os franceses escolhessem livremente uma política diferente por qualquer meio, o Reagrupamento Nacional de hoje fez o avanço mais significativo de sua história”, disse Bardella em uma entrevista coletiva.

Marine Le Pen também se pronunciou sobre os resultados, afirmando que a vitória do RN foi “adiada”.

“A onda está subindo, desta vez não subiu o suficiente, mas continua a subir e, como resultado, a nossa vitória só está adiada”, afirmou Le Pen.

O eurodeputado Thierry Mariani, do RN, se mostrou surpreso e lamentou os resultados do pleito.

“Não é isso que esperávamos. Os resultados são inexplicáveis ​​e extremamente inesperados”, disse Mariani.