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Procuradoria diz que governo Lula não age para conter mortes de indígenas na Amazônia

Ofício exige medidas e garantias capazes de proteger os madihas kulinas de violência e suicídio.

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Quatro meses após o anúncio da criação de um grupo de trabalho pelo governo Lula para combater a violência e abandono enfrentados pelos indígenas Madihas Kulinas no sudoeste da Amazônia, o Ministério Público Federal (MPF) acende alerta sobre o aumento de relatos de mortes violentas e suicídios na comunidade.

A Procuradoria da República no Amazonas e líderes indígenas locais alegam que, apesar da formação do grupo pelo Ministério dos Povos Indígenas, o governo federal não tomou medidas efetivas, levando o MPF a convocar uma reunião nesta segunda-feira (29).

Um ofício foi enviado a autoridades, incluindo membros do Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Casa Civil da Presidência e à presidente da Funai, Joenia Wapichana.

O procurador Fernando Merloto Soave destaca no ofício: “As notícias de mortes violentas, suicídios e afins entre os madihas continuam a se multiplicar, inclusive entre menores de idade, sem a efetiva e urgente resposta do poder público ao tema”. Ele exige informações sobre ações concretas no prazo de 15 dias.

Em resposta, o Ministério dos Povos Indígenas afirma que tem estabelecido diálogos com organizações da área, fornecendo respostas às demandas e cumprindo articulações institucionais para seguir enfrentando os desafios detectados.

Merloto encaminhou um relatório antropológico e fotos validadas por líderes indígenas à subsecretária-geral da ONU para prevenção de genocídio, denunciando um quadro de desumanização e destacando a omissão das autoridades públicas. As imagens mostram crianças desnutridas, abandono em cidades como Ipixuna, Eirunepé e Envira, corpos com sinais de agressão e violência, e espera por atendimento em saúde.