Às vésperas do primeiro aniversário da invasão russa na Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin,afirmou que seu país deverá se concentrar em aumentar suas forças nucleares, além de incrementar a produção em massa dos mísseis hipersônicos Zirkon e de armas convencionais.
Putin discursou em um megaevento promovido para marcar o feriado do Dia do Defensor da Pátria, dois dias depois de seu pronunciamento ao Parlamento, no qual anunciou que a Rússia pretende suspender sua participação no acordo de desarmamento nuclear New Start.
O líder russo disse que Moscou continuará “dedicando atenção cada vez maior à tríade nuclear”, se referindo aos mísseis nucleares em terra, mar e ar. Ele disse que seu governo continuará a equipar suas tropas com equipamentos de última geração nas frentes de combate.
“Continuaremos a produção dos sistemas aéreos hipersônicos Kinzhal e daremos início ao abastecimento em massa dos mísseis hipersônicos Zirkon”, afirmou.
Teste fracassado
Pela primeira vez, Putin mencionou que os mísseis balísticos intercontinentais Sarmat, capazes de transportarem ogivas nucleares, poderão ser colocados em uso.
A emissora americana CNN reportou que a Rússia teria realizado um teste fracassado com um míssil Sarmat que teria coincidido com a visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden,a Kiev.
Segundo o informe, a Rússia notificou os EUA antes do teste, em acordo com as obrigações previstas no acordo New Start, apesar da decisão de Putin de deixar o tratado.
A reportagem da CNN, citando fontes do governo americano, afirma que teria sido um teste de rotina que não foi visto por Washington como ameaça.
Mas, de acordo com essas autoridades, o teste com o míssil Sarmat – apelidado de Satan 2 no Ocidente – parece ter fracassado, ao contrário do que já teria ocorrido em outras ocasiões.
As fontes acreditam que, se tivesse sido exitoso, Putin teria mencionado o teste em seu discurso sobre o estado da nação, na mesma ocasião em que anunciou a suspensão da participação russa no acordo New Start.
Biden se reúne com aliados da Otan
Nesta quarta-feira, Biden participou de uma reunião em Varsóvia, na Polônia, com o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, e líderes de nove países aliados no Leste Europeu, em uma demonstração de unidade e apoio à Ucrânia.
“Como flanco leste da Otan, vocês são a linha de frente de nossa defesa coletiva. Vocês sabem melhor do que ninguém o que está em risco nesse conflito, não somente para a Ucrânia, mas para a liberdade de democracias na Europa e ao redor do mundo”, disse o americano.
Estiveram no encontro as lideranças da Bulgária, República Tcheca, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Romênia e Eslováquia, além da Polônia.
Em nota conjunta após a reunião, os líderes se comprometeram a “reforçar nossa determinação e postura de defesa por todo o flanco leste, do Báltico ao Mar Negro”.