Na verdade, o principal significado da reunião é uma demonstração visível de apoio, afirmou Konstantin Asmolov, especialista do Centro de Estudos Coreanos do Instituto da China e Ásia Moderna, sobre esse encontro dos líderes.
De acordo com ele, provavelmente, a discussão teve como tema a mudança da situação geopolítica na região, “porque a turbulência global como um todo leva à separação de um anterior espaço único em blocos”.
E o bloco Washington-Tóquio-Seul aprofundou-se muito mais institucionalmente se olharmos atentamente para os documentos da cúpula em Camp David dos líderes dos EUA, Japão e Coreia do Sul.
Além disso, o especialista lembrou a histeria louca que acompanhou a visita do líder norte-coreano: é justamente para desviar a atenção, obscurecer a formação do triângulo sul e justificá-la com conversas hipotéticas sobre a cooperação militar entre Moscou e Pyongyang.
“Os EUA não temem uma aproximação entre a Rússia e a RPDC. Os EUA fingem estar terrivelmente receosos e que essa aproximação está trazendo o apocalipse, o Armagedom, para justificar a formação de uma OTAN asiática“, disse Asmolov.
Por sua vez, outro especialista, Natan Eismont, pesquisador do Instituto de Pesquisa Espacial da Academia de Ciências da Rússia, aponta para as novas perspectivas da Coreia do Norte no desenvolvimento de foguetes através da cooperação com a Rússia.
Ele especificou que, na verdade, os próprios norte-coreanos têm foguetes muito bem desenvolvidos, embora com aplicações militares (mísseis balísticos), mas que podem ser desenvolvidos com ajuda da Rússia para um nível que permite o lançamento de espaçonaves.
Falando sobre que tipo de experiência no desenvolvimento de satélites pode a Rússia proporcionar à Coreia do Norte e que tipo de projetos de desenvolvimento espacial russos interessam à RPDC, ele acredita que estas são principalmente naves espaciais projetadas para explorar a Terra a partir do espaço.
Embora ele também note que há um certo atraso, pelo menos no número de tais dispositivos, isso é urgente para recuperar o atraso.
“Ou seja, esta situação não pode continuar por muito tempo sem algumas consequências desagradáveis. E quanto mais participantes treinados houver para desenvolver esses grupos, tanto mais se beneficiarão aqueles que estiverem envolvidos nesse tipo de desenvolvimento tecnológico. E o espaço para a cooperação, ouso dizer, não é limitado”, disse ele.
Além disso, apontando para as perspectivas de cooperação entre a Coreia do Norte e a Rússia no espaço, Eismont sublinha que isso terá um impacto positivo na indústria espacial em ambos os países.
“Acho que vamos desenvolver as ideias que já estão prontas e desenvolver novas. Até agora, vimos uma política razoavelmente confiante e boas relações com a Coreia do Norte. O desejo da RPDC de participar no desenvolvimento espacial também é encorajador.”
Não só seremos capazes de melhorar o nosso trabalho agora, mas também seremos capazes de aproveitar a experiência e as capacidades dos norte-coreanos, que também se dedicaram a esse tipo de tecnologias, enfatizou o especialista.