Search

Réu por assédio sexual, Marquinhos Trad estuda se candidatar a vereador

Compartilhe nas redes sociais

O ex-prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD) pode ser candidato na próxima eleição em Campo Grande. Ele está sem mandato desde que renunciou ano passado para concorrer ao Governo do Estado.

Marquinhos foi eleito e reeleito prefeito e não pode disputar novamente no ano que vem. Todavia, pode disputar uma vaga na Câmara.

O ex-prefeito confidenciou à reportagem, no mês de janeiro, que estudava candidatura, mas disse que só tomará a decisão mais para frente, após ouvir o partido.

Marquinhos assume o PSD agora em março, com a missão de evitar a debandada do partido, depois que ele deixou a prefeitura.

Nesta semana, ele disse à reportagem que não vê motivos para vereadores saírem do partido e demonstrou simpatia pelo apoio à reeleição de Adriane Lopes, que foi vice dele em duas eleições e agora é prefeita.

Investigação

Marquinhos Trad começou a ser investigado em julho do ano passado, quando três mulheres procuraram a Polícia Civil para se queixarem dos abusos que teriam sido praticados por ele enquanto ocupava o cargo de prefeito de Campo Grande. 

No depoimento, elas afirmaram que o ex-prefeito prometia emprego em troca de relações sexuais.

Em dois casos houve relação sexual consentida com as mulheres. Mas em um deles uma das mulheres ficou assustada ao ver o ex-prefeito seminu no banheiro. Este caso foi tratado como tentativa de estupro na ocasião. 

Durante a investigação, mais de 13 mulheres procuraram a Polícia Civil para se queixar de episódios abusivos envolvendo o ex-prefeito. 

Ao todo, Marquinhos Trad foi denunciado por 16 mulheres por assédio sexual, tentativa de estupro e favorecimento à prostituição, entretanto, no mês passado, a defesa do ex-prefeito já havia conseguido desqualificar como vítimas 10 mulheres, restando ainda seis em investigação.

Em outubro, Trad conseguiu uma vitória parcial na Justiça de Mato Grosso do Sul. A 3ª Câmara Criminal do TJMS concedeu habeas corpus e trancamento do inquérito policial em relação a três vítimas. 

Segundo o relator do último habeas corpus, desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, da 3ª Câmara Criminal do TJMS, o relato de três mulheres que se disseram vítimas do ex-prefeito não configurou crime.

No entanto, o político ainda era investigado por outros três casos, que resultaram no indiciamento.

No dia 9 de setembro, Victor Hugo Ribeiro Nogueira, que era servidor comissionado do gabinete de Marquinhos Trad no período em que ele era prefeito, foi indiciado pelos crimes de corrupção ativa de testemunhas, coação no curso do processo e favorecimento à prostituição, tornando-se réu no dia 22 de agosto.

A conexão do caso de Victor Hugo com o caso de Marquinhos é que o ex-servidor teria supostamente coagido uma das vítimas a mudar sua versão em cartório.