O número de focos de incêndio registrados no estado de São Paulo entre o começo deste ano e o dia 24 de agosto é o maior para as cidades paulistas desde 1998, quando os registros começaram a ser computados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). No período, o estado soma 5.278 ocorrências, número maior que o dos anos inteiros de 2022 e 2023 somados (3.265).
A quantidade de incêndios disparou nas cidades paulistas na última sexta-feira (23), quando houve o registro de 1.886 focos em um único dia. Neste sábado (24), foram anotados mais 305 pontos. O número vinha crescendo ao longo da semana, que foi marcada por uma onda de calor e baixa umidade sobre o território paulista. O alastramento de incêndios foi objeto de alerta por parte da Defesa Civil do estado.
O cenário fez o governo estadual decretar emergência em mais de 30 cidades afetadas. Até a tarde deste sábado, focos continuavam ativos em ao menos 17 municípios, e um total de 36 se mantinham em alerta máximo.
Os incêndios florestais que atingem o interior de São Paulo provocaram duas mortes e a suspensão total ou parcial de rodovias que cortam o estado. Dois homens, funcionários de uma usina em Urupês, Região Metropolitana de São José do Rio Preto, morreram enquanto atuavam no combate às chamas do incêndio, informou o governo.
De acordo com a Secretária de Segurança Pública de São Paulo, as vítimas tentavam apagar um incêndio em uma usina perto do parque ecológico da cidade quando perderam o controle do caminhão que conduziam, na Estrada Municipal Urupês-Irapuã. O sinistro provocou o vazamento de combustível que resultou no incêndio do veículo. Os dois funcionários tinham 30 e 47 anos.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) sobrevoou as regiões afetadas na manhã deste sábado e, em comunicado, informou que “a situação hoje [sábado] está ficando sob controle” e que “a maioria dos focos já está sendo extinta”. Segundo ele, além dos bombeiros, o governo conta com o auxílio das Forças Armadas, Marinha, Exército e da União das Indústrias da Cana-de-Açúcar.
O governo paulista informou que mais de 7,3 mil entre profissionais e voluntários estão mobilizados no combate às chamas e na orientação da população.