As autoridades norte-americanas estão cada vez mais preocupadas com o processo de desdolarização, aponta na sexta-feira (12) o jornal Asia Times.
O medo de um dólar americano militarizado fez com que o Sul Global unisse forças com urgência crescente para encontrar uma alternativa, observa o Asia Times, referindo que Washington está acelerando essa tendência em tempo real, com sua dívida nacional se aproximando da marca de US$ 35 trilhões (R$ 190,03 trilhões).
“O dólar sofreu uma queda espantosa em sua participação no mercado como moeda de reserva em 2022, presumivelmente devido à aplicação de sanções pesadas” contra a Rússia, argumentou Janet Yellen, secretária do Tesouro dos EUA. A ação passou dos limites para muitos investidores globais, observa o texto.
Em suas palavras, as medidas excepcionais tomadas pelos EUA e seus aliados contra a Rússia “alarmaram os principais países detentores de reservas”, que são principalmente economias emergentes do Sul Global.
A Casa Branca também colocou em risco a confiança no dólar, incluindo o contínuo aumento da dívida, acrescenta o artigo.
Yellen confirmou que o domínio do dólar “não está predeterminado”, em meio aos esforços do BRICS e de outros países, inclusive do Sudeste Asiático, para abandonar a moeda norte-americana.
“BRICS tem ainda mais poder de fogo, dado que está se aliando com o Irã, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e outros”, indica o Asia Times.
“A China, a Rússia e seus parceiros geopolíticos fizeram de tudo para ‘mostrar ao mundo que as tentativas do Ocidente de contê-los não estão funcionando‘”, nota Tom Miller, analista da empresa de serviços financeiros Gavekal Research.
Assim, a maioria dos dados disponíveis sugere que os temores de Yellen não são apenas bem fundamentados, mas “estão sendo realizados a cada dia que passa”.