Não adianta o deputado estadual João Henrique Catan e o ex-deputado estadual Rafael Tavares gastarem energia na luta por candidatura a prefeito de Campo Grande. O desenho pintado no quadro do PL é o de fechar aliança com o PP em apoio à reeleição da prefeita Adriane Lopes.
O ex-presidente Jair Bolsonaro vinha dando gás para os pré-candidatos do PL. Ele queria sentir o tamanho da popularidade de Catan e Tavares. Bolsonaro deu algumas declarações de incentivo ao partido para lançar candidato próprio ou apoiar um nome conservador.
Até que entrou no circuito a senadora Tereza Cristina, presidente regional e vice-presidente nacional do PP, para tirar o PL da disputa eleitoral em Campo Grande. Ela agiu forte nos bastidores em Brasília para reforçar o palanque de Adriane. Tereza reuniu com os presidentes nacionais do PL, Valdemar da Costa, e do PP, senador Ciro Nogueira, para costurar acordo em Campo Grande.
Depois eles foram falar com Bolsonaro. A exceção foi Valdemar da Costa que está proibido de se encontrar com o ex-presidente. O contato deles é por intermediário.
Tereza usou, mais uma vez, da sua influência com Bolsonaro para montar aliança do PL e PP em Campo Grande. Não bastava o “sim” do Costa Neto, era necessário o aval de Bolsonaro, porque Campo Grande é uma das capitais que ele vai decidir sobre o rumo do PL nas eleições municipais.
Na grande concentração popular no Rio de Janeiro, Adriane Lopes se encontrou com Bolsonaro para sacramentar a aliança. Os dois tiraram fotos juntos e Adriane se apresentou nas suas redes sociais como candidata da direita. Era uma estratégia para atrair o voto do eleitorado bolsonarista.
Até o momento o acordo é extra oficial. Só faltam resolver alguns detalhes para esse arco de aliança ser construído. Um desses detalhes é a escolha do vice.
Por causa dessa negociação política, que Bolsonaro cancelou a sua visita a Campo Grande, prevista para maio. Ele deve ir a Ponta Porã e Dourados para tratar de eleições municipais.
Há alguns nomes colocados na mesa de Bolsonaro para um ser escolhido vice. O ex-deputado estadual Capitão Contar é hoje apontado como principal opção. Ele é amigo pessoal e tem a mesma patente de Bolsonaro: capitão do Exército.
O problema para Bolsonaro é o racha no PL. Nem todas as lideranças falam a mesma língua quando se tratam de eleições. Uma ala prefere apoiar o deputado federal Beto Pereira (PSDB) muito mais pela ligação com o governador Eduardo Riedel e com ex-governador Reinaldo Azambuja. Já outra parte do PL defende candidatura própria e, uma terceira corrente, aceita subir no palanque de Adriane Lopes.
E quem está liderando esse grupo pró-Adriane dentro do PL é o Tenente Portela, ex-motorista de Bolsonaro, quando serviram juntos em Nioaque. Na época, Portela era soldado e Bolsonaro, tenente. Daí nasceu uma grande amizade entre os dois.