Pesquisas eleitorais são ferramentas essenciais para captar o “humor” do eleitorado, mas precisam ser conduzidas com rigor e baseadas na frieza dos números. No entanto, no caso do Instituto Ranking, de propriedade de Tony Ueno, a precisão parece ter saído de cena, dando lugar a uma sucessão de erros que não passa despercebida pela população sul-mato-grossense. Com levantamentos frequentemente divergindo dos resultados finais das urnas, a credibilidade do instituto tem sido cada vez mais questionada. E não só por isso: a suspeita de que Ueno possa ter seus favoritos no processo eleitoral é alimentada pela constante publicação de matérias negativas contra uma das principais concorrentes.
Um histórico de erros que não se limita à margem de erro
A sequência de previsões equivocadas do Instituto Ranking vai além de meras discrepâncias estatísticas. No primeiro turno das eleições em Campo Grande, por exemplo, Ueno colocava a atual prefeita Adriane Lopes (PP) na terceira posição, com 21% das intenções de voto na pesquisa espontânea e 24,50% na estimulada. Quando as urnas foram abertas, porém, a realidade era outra: Adriane liderava com 31,67% dos votos. Essa diferença significativa, muito além do que qualquer margem de erro poderia explicar, levantou questionamentos sobre a metodologia e a representatividade das amostragens realizadas.
A Persistência do erro: Outros casos que levantam suspeitas
O caso de Campo Grande não é isolado. Em Sidrolândia, uma pesquisa divulgada pelo instituto no dia 4 de outubro previa vitória de Vanda Camilo (PP) com 46% das intenções de voto, 5,8 pontos à frente de Rodrigo Basso (PL). No entanto, o resultado nas urnas foi um golpe para a previsão: Basso venceu com 61,27% dos votos válidos, uma diferença de mais de 23% em relação à pesquisa. Da mesma forma, em Amambai, a última pesquisa do Instituto Ranking apontava Janete Córdoba (PSDB) na liderança com 40%, mas quem saiu vitorioso foi Sérgio Barbosa (MDB), com 52,63%. A discrepância de mais de 21% expôs, mais uma vez, falhas significativas nos levantamentos.
Coincidência ou preferência? Os disparos contra Adriane Lopes
Enquanto os erros acumulam, uma tendência nas ações de Tony Ueno desperta atenção: o foco constante em divulgar matérias negativas contra a prefeita Adriane Lopes. Quem acompanha as notícias pode se perguntar se os levantamentos imprecisos e as críticas recorrentes não são coincidência, mas sim parte de uma estratégia para favorecer determinados candidatos e minar a imagem de outros. A dúvida que fica no ar é se o instituto de Tony Ueno, ao invés de se limitar à neutralidade que a pesquisa eleitoral exige, está usando sua plataforma para influenciar a percepção pública de maneira pouco ética.
Será que Tony tem seus favoritos?
As pesquisas eleitorais são instrumentos que, pela própria natureza, devem refletir a realidade de forma imparcial, com a frieza dos números se sobrepondo a qualquer viés pessoal. No entanto, os equívocos frequentes e a postura combativa de Tony Ueno contra uma candidata específica lançam uma sombra sobre o trabalho do Instituto Ranking. O eleitorado de Mato Grosso do Sul, cada vez mais atento e crítico, já começa a questionar: será que Tony tem seus preferidos na corrida eleitoral? E, se sim, até que ponto suas pesquisas são moldadas por essas preferências?
Quando a frieza dos números dá lugar à política dos números
A missão de qualquer instituto de pesquisa é fornecer um retrato fiel do cenário eleitoral. Mas no caso do Instituto Ranking, a repetição de previsões desastrosamente imprecisas e a evidente inclinação editorial nas críticas a determinados candidatos sugerem que, talvez, os números estejam sendo usados não para retratar a realidade, mas para moldá-la. Para um instituto cujo trabalho deveria se basear em números frios e imparciais, o calor das preferências políticas parece estar se sobrepondo à precisão estatística.
Enquanto a corrida eleitoral segue, Tony Ueno e o Instituto Ranking têm uma tarefa árdua pela frente: provar ao público que suas pesquisas são mais do que simples palpites e que, independentemente das críticas ou suspeitas, os números apresentados são confiáveis. Afinal, em tempos de eleições, a credibilidade é um ativo que não pode ser medido apenas em porcentagens – e para o Instituto Ranking, parece que esse valor está em baixa.